sábado, 16 de fevereiro de 2013

Prefeitura vai incinerar 15 toneladas de alimentos da merenda escolar


Prefeitura vai incinerar 15 toneladas de alimentos da merenda escolar


“O risco de chegar um dia e a criança não voltar para casa era previsível”, teorizou a professora Maria da Penha Gelk, secretária de Educação de Suzano, hoje (15) pela manhã, no Galpão da Merenda Escolar, referindo-se a possibilidade de envenenamento se o alimento estocado viesse a ser consumido durante o período escolar, já iniciado. 

Isso estava prestes a acontecer com as crianças e jovens que frequentam as escolas de Suzano, acrescentou o prefeito Paulo Tokuzumi (PMDB), citando a tragédia de Santa Maria, mas respeitando as devidas diferenças. “A consternação seria a mesma, porque as crianças poderiam morrer se o alimento estocado fosse servido na merenda escolar”, disse o prefeito relatando que “ratos, de todos os tamanhos, pulavam por entre os alimentos”. 

Em entrevista coletiva à imprensa, dentro do galpão onde estão armazenadas 15 toneladas de alimentos que vão ser incinerados, o prefeito disse que foi feito um diagnóstico completo, com levantamento técnico de funcionários da Vigilância e Saúde, e em seguida redigido um laudo, emitindo pela própria Vigilância, que aconselhou a Secretaria de Educação a tomar uma decisão. “A decisão foi fechar o local e incinerar todo o alimento estocado”, afirmou Tokuzumi. 

Depois de mostrar aos repórteres a situação de total falta de higiene do local, úmido e sem iluminação, e de percorrer por entre os alimentos estragados, deixados pela antiga administração, o prefeito disse que, “infelizmente, não temos alternativa: vamos ter de incinerar todos esses produtos alimentícios, que representarão, evidentemente, prejuízos aos cofres públicos”. O prefeito, indagado sobre quem pagará por isso, foi incisivo na resposta: “Isso quem vai decidir é a Justiça. Nossa preocupação é uma só: proteger as crianças”. 

No início da próxima semana o Ministério Público terá em mãos toda a documentação juntada pela Vigilância e Saúde da Prefeitura. “O Ministério Público tomará as providências devidas”, disse o diretor da Vigilância e Saúde da Prefeitura, Carlos Ferreira de Aguiar, ressaltando que “não tivemos alternativa diante do problema constatado, porque do jeito que o alimento estragado poderia implicar em sérios transtornos às crianças e a seus pais, e em problema para o Poder Público”. 

O fato vinha sendo investigado pela Prefeitura já há meses, mas não foi divulgado à imprensa para não causar polêmica política, nem sensacionalismo na imprensa. “Daria uma conotação política, e evitamos sua divulgação, também, para não provocar pânico nos pais das crianças”, disse o prefeito. Mas, constatado o problema, Tokuzumi determinou que fossem levantadas todas as irregularidades, registradas em fotos e filmagens.

O diretor da Vigilância e Saúde da Prefeitura adiantou que os alimentos para a merenda escolar serão armazenados em outro local, mais amplo, com boa ventilação e iluminação, e a secretária de Educação, professora Maria da Penha Gelk garantiu que não faltará alimentos nas escolas. 

Escola
Do prédio da Merenda Escola, o prefeito foi à Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) “Professora Ana Maria Barbosa Garcia”, que, por sua determinação, com base em laudo feito pela Secretaria de Obras e Infraestrutura, será demolida. Acompanhado da secretária de Educação, Maria da Penha, Tokuzumi mostrou a situação da escola, inaugurada em 1 de maio de 1976, nas esquinas das ruas São Vicente de Paulo e Fernando Fiamini.

O prefeito mostrou aos repórteres a situação da escola, em completo abandono: buracos no telhado e no chão, parede úmidas e vazando água, e a área livre, em torno do prédio,  toda suja e com muito mato. A diretora da escola, Daniela Dias Ramos Gonçalves, mostrou mais problemas: que a das torneiras, as que abrem não fecham. Mostrou, também, as portas dos banheiros, que não fecham, e os vasos sanitários, incompatíveis para o uso das 60 crianças de 3 a 5 anos.

No total, a Escola atende 300 crianças: são 150 divididas em dois períodos, que agora vão estudar na Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém, próxima dali. “Não vai faltar vaga e nenhuma criança ficará sem aula, e as aulas perdidas serão repostas”, garantiu a secretária. Já o prefeito Paulo tokuzumi garantiu que no local vai ser construída outra escola, e também uma creche, e que, se não ocorrer nenhum impedimento, tudo voltará a funcionar no próximo ano letivo. 

O prefeito pensou em uma reforma, mas, vendo o prédio chegou a conclusão que isso não resolveria o problema, e um fato, de extremo perigo para as crianças, o deixou visivelmente transtornado: a parede da escola tem outra dupla função: a de muro para a Rua São Vicente de Paulo. “Se ocorre um acidente aqui, e um dos veículos for de encontro a parede, pronto: está feita a tragédia”, concluiu o prefeito destacando que não tem alternativa para o problema a não ser, mesma, a demolição. 

Secretaria de Comunicação Institucional (SECOI)

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