quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Junji defende investigação e punições no caso Friboi


Junji defende investigação e punições no caso Friboi
Na Comissão de Agricultura, deputado apoia audiência pública para investigar cartel comandado pela JBS-Friboi no mercado interno de carnes e na exportação do produto



Para apurar os detalhes da aquisição de mais um frigorífico, o Bertin, pelo grupo JBS-Friboi, a Capadr – Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou, em reunião ordinária desta quarta-feira (25/09/2013), a realização de uma audiência pública. “É preciso investigar a fundo as operações da Friboi que, agasalhada com recursos públicos, comanda um cartel nefasto, adquirindo a maioria das pequenas e médias empresas do setor para monopolizar o mercado interno de carnes e as exportações do produto”, manifestou-se o deputado federal Junji Abe (PSD-SP).

Membro do colegiado e presidente da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, Junji defendeu a maciça participação do setor agropecuário na apuração dos fatos que envolvem o grupo JBS-Friboi, o maior conglomerado de carne bovina do mundo, mais conhecido pela propaganda da tevê com o ator Tony Ramos.

A irritação de Junji é agravada pela “inexplicável benevolência” do poder público com o conglomerado, amparado com um financiamento do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no valor de R$ 7 bilhões, para levar adiante sua estratégia de consolidar o monopólio da Friboi no mercado. “Com a complacência de entidades governamentais, o grupo desencadeou um verdadeiro balcão de negócios que tem cheiro de falcatruas e irregularidades”.

Apresentado pelo presidente da Capadr, deputado Giacobo (PP-PR), o requerimento (457/2013) aprovado trata do convite ao empresário Reinaldo Bertin para prestar esclarecimentos sobre o processo de aquisição do frigorífico Bertin pelo grupo JBSFriboi. A audiência pública será realizada, em data a ser definida, na SubCartel – Subcomissão Permanente de Combate à Cartelização do Agronegócio no Brasil, destinada a discutir e oferecer soluções às práticas monopolistas em prejuízo dos produtores rurais brasileiros.

Segundo Junji, foi detectado o comportamento predatório da JBS-Friboi com o objetivo de monopolizar o mercado. “O grupo comanda uma sucessão de compras de pequenos e médios frigoríficos para fechá-los e impedir a concorrência. Não bastasse, estes movimentos têm recebido não apenas o aval, mas também a ajuda financeira do governo”, denunciou o deputado e completou: “Precisamos frear, imediatamente, o processo que se choca com os interesses maiores do País e coloca a economia brasileira na mira do caos, assim como punir os responsáveis”.

A própria campanha promocional da Friboi, de acordo com pecuaristas, conduz ao conceito que a marca quer impor: a única confiável no Brasil. Na realidade, observou Junji, outros 209 frigoríficos no País possuem selo de inspeção federal e têm seus produtos nas prateleiras da rede varejista. “É o dinheiro público, oferecido à Friboi, a juros irrisórios, que permite ao grupo bancar a publicidade maciça e sair comprando empresas para fechá-las”, criticou o deputado. A estratégia, assinalou, traz prejuízos diretos aos pequenos e médios concorrentes que, assim como a quase totalidade dos pequenos profissionais do agronegócio, enfrentam sérias dificuldades econômicas.

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