quarta-feira, 11 de março de 2015

ARTIGO DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO, POR JERUZA REIS

DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO

* Jeruza Lisboa Pacheco Reis

Existe? Sim existe. A sociedade faz olhar banalizado, ouvidos moucos, mas existe sim! Eu que o diga! Vê se lugar de mulher é na política?! Ouço muito isso. Mas, insisto, persisto e resisto, apesar de todos e de tudo. Por quê? Por convicção que todo preconceito tem de ser enfrentado, não apenas na política, mas em todos os segmentos da sociedade civil organizada. Hoje temos mulheres atuantes em todas as frentes. Como em todo lugar há bom e mal profissional, mas não se pode generalizar.

Infelizmente, muitos ainda não aceitam e, criticam a tentativa de nós mulheres em galgar outros degraus, quer na profissão, quer na política, enfim... Ossos do ofício!

Ser mulher é assim mesmo! Enfrentar, resistir, ser resiliente e, pedir a Deus que fortaleça com couraça especial para nos mantermos firme e de pé diante das adversidades que a vida impõe.

Ouvi um poeta que disse: a vida tem sofrimento e atribulação sim, caso contrário não teria graça. Há que saber enfrentar cada sofrimento e dele, sair fortalecida. Isso é crescimento. E, pensando bem, recordo-me quando criança, com as doenças infantis que acometiam à época, as crianças (catapora, caxumba, etc), ouvia minha avó dizer que, depois de passar pela doença sairia mais forte e meu espírito estaria mais preparado. Certamente, naquela época, sem o discernimento necessário, não dava ouvidos, mas gravei e, hoje, vejo quanta sabedoria nessas palavras. E a vida segue assim, com dificuldades, sofrimentos, dores, mas também superações, alegrias e crescimento.

Quem é que nunca levou um tombo da bicicleta e decidiu andar de novo, com mais prudência?! Quem nunca caiu e se pôs em pé rapidamente para reiniciar sua trajetória?!

Ser Mulher é saber tudo isso e, ainda fazê-lo com graça, com perfume, com encantamento, que só a mulher tem. Portanto, mesmo sofrendo com preconceitos, continuamos sorrindo e caminhando. Afinal Caminhar é preciso, sempre!

A trajetória feminina é marcada por lutas e conquistas e, por essa razão devemos nos empoderar do princípio legal de igualdade de gênero, não para sermos melhores, mas para termos condições de caminhar lado a lado.

Uma reflexão se faz necessária: o que é ser Mulherão? Certamente não é ser uma beldade, com aparência física invejável, mas nos dias atuais ser Mulherão é dar conta da vida multifacetada que temos: Ser Mãe, aprendendo a cada dia com as dificuldades e superações, bem como o desenvolvimento dos filhos;

Ser Esposa, achando tempo para ser a companheira disposta, ajudadora e parceira em todos os momentos;

Ser Dona de Casa, provendo as necessidades e, diligenciando para que tudo esteja dentro do aceitável e normal no funcionamento da casa;

Ser Profissional, assumindo as responsabilidades, driblando o tempo para dar conta de administrar com eficiência e responsabilidade.
Ser Guerreira, nunca desistir de uma luta, por mais impossível que pareça;

Ser Linda, não para os outros ou para o espelho, mas para nós mesmos. Lembrando que um coração feliz aformoseia o rosto.
Ser MULHER, que sabe chorar, sabe sorrir, mas acima de tudo sabe viver!

Façamos com que a violência e discriminação contra mulher não seja mais invisibilizada pela sociedade, mas que todas e quaisquer ações de proteção e ajuda sejam com visibilidade, com respeito e, principalmente com Amor, que cada uma de nós mulheres merecemos, por fazermos nossa parte nesse mundo, não apenas como reprodutoras, mas como seres úteis e produtivos que somos.
Feliz Dia das Mulheres!!!

* Jeruza Lisboa Pacheco Reis é advogada e professora, mestre em Filosofia, vereadora pelo PTB em Poá, presidente honorária da legenda na cidade e autora do livro “Rosa-Choque – Histórias de uma mulher que escolheu resistir, persistir e insistir”.


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